quinta-feira, 1 de março de 2012

Atualização da apostila Recomendações de plantio para cedro australiano 2011/2012


A cartilha de recomendações foi atualizada em 02/03/2012, onde foram inserida informações sobre o psilídeo branco.
A cartilha ilustrada possui recomendações atualizadas sobre o cultivo do cedro australiano, focadas na fase de implantação. Correção de solo, preparo do solo, plantio, psilídeo branco, adubações e outras recomendações importantes para quem está implantando a cultura este ano. Informações fundamentais para quem vai realizar plantio neste fim de ano, ou no começo do próximo.
O documento pode ser visualizado clicando na imagem ou no link abaixo:

http://www.belavistaflorestal.com.br/informativos_e_documentos.php

Outros documentos relacionados a cultura do cedro australiano também podem ser obtidos no link.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Catálogo de produtos feitos com cedro australiano

Os usos da madeira do cedro australiano (Toona ciliata) são fonte de grande interesse para investidores florestais. Num país como o Brasil, onde sempre existiu abundância de madeira com tantas espécies florestais nativas, as espécies exóticas sempre foram alvo de desconfiança. O melhor exemplo disto é o eucalipto, que só recentemente mudou de status e passou a ser visto com outros olhos perante suas potencialidades. Hoje a pressão sobre as espécies nativas acaba por causar a extinção econômica de algumas delas, como é o caso do mogno brasileiro (Swietenia macrophylla).
Na Austrália não foi diferente: o intenso desmatamento na costa leste do país visou a derrubada e o uso de espécies de valor econômico, estando o cedro australiano entre as principais. O destino dado à madeira do cedro foi nobre: móveis, forros, embarcações, intrumentos musicais eram preferencialmente construídos com sua madeira, também largamente exportada para a Europa. A exemplo do pau-brasil (Caesalpinia echinata) e do mogno brasileiro, a extinção econômica também foi rápida no continente australiano: em aproximadamente 100 anos de exploração praticamente não sobraram exemplares viáveis na natureza para exploração do cedro na costa leste australiana. Hoje em dia o que resta é o saudosismo dos que conheceram a madeira e alienação de grande parte dos australianos, que nunca viram uma árvore ou sequer conhecem a espécie. Como por aqui: quantos nunca viram uma árvore de Pau-Brasil?

O catálogo de produtos feitos com cedro australiano foi desenvolvido para mostrar as diferentes formas de utilização da madeira, que o brasileiro desconhece, e que já estão bastante difundidas na Austrália e Europa. Seu principal objetivo é mostrar o desequilíbrio entre nossa falta de conhecimento e dúvidas frente à utilização da madeira que temos disponível, e a destinação dada à ela no exterior por quem trabalha e acredita em suas potencialidades. O catálogo pode ser visto sob a forma de Ebook (disponível para download) no link:



sábado, 12 de setembro de 2009

Desrama ou poda no Cedro Australiano

O que é desrama?

A poda, que também é designada por derrama, desrama ou derramagem, é a supressão e o corte de galhos ou ramos ao longo do fuste, sendo uma alternativa viável para obtenção de madeira e produtos de alta qualidade, sem ocorrência de nós. É uma operação silvicultural imprescindível, sempre que existir o objetivo de produzir madeira livre de nós para processamento em serrarias e laminadoras.

Desrama ou poda são a mesma coisa?

Sim.

Porque realizar a desrama no Cedro Australiano?

A desrama ou poda no cedro australiano assim como em outras espécies florestais utilizadas para produção de madeira para serraria visa basicamente a melhoria da qualidade da madeira e produtividade da árvore, situações decorrentes dos seguintes fatores:

-Madeira da árvore livre de nós em sua porção adulta (cerne), para fins de desdobro ou laminação; a porção juvenil da madeira (miolo) pode ou não conter nós;

-Fuste (caule) livre de galhos de sua base até a faixa de altura de 4,5 a 7 metros;

-Fuste (caule) retilíneo e livre de defeitos como quebras, lesões, bifurcações ou tortuosidades;

-Fuste cilíndrico;

Quais são as ferramentas necessárias para a desrama ou poda do Cedro Australiano?

Existem diferentes ferramentas para cada idade da floresta de cedro australiano. As ferramentas que apresentam maior rendimento e qualidade na operação, causando menores injúrias à planta são:

-Seis meses: Tesoura de poda;
-1 ano e meio: Tesoura de poda e arco de serra, escada doméstica de alumínio;
-2 anos e meio: Arco de serra, escada doméstica de alumínio, serrote de poda acoplado a um extensor de alimínio (até 5 metro);
-3 anos e meio: serrote de poda acoplado a um extensor (até 5 metro);

Qual a melhor época para a realização da desrama ou poda no cedro australiano?

O melhor período para a realização da desrama ou poda no cedro australiano é o período de estiagem, entre os meses de julho a início de setembro, quando os hormônios vegetais estão em baixa produção na planta. A desrama conduzida neste período não estimula superbrotações nas plantas e minimiza o risco de doenças devido às temperaturas mais baixas do inverno e a ausência de chuvas. Entretanto será necessário um repasse das plantas após a primeira operação, basicamente para sua condução.

Posso danificar uma árvore de cedro australiano realizando desrama ou poda?

Sim. A desrama desnecessária ou intensa pode causar vários problemas nas árvores, que vão desde a diminuição da taxa de crescimento em diâmetro e altura até a ocorrência de doenças ou morte das plantas, principalmente nos dois primeiros anos da cultura. É necessário ter cautela na realização da desrama ou poda.

Posso realizar a desrama ou poda fora do período de estiagem?

Sim. A desrama pode ser efuada após o período de estiagem. Para a desrama de plantas durante o período chuvoso é recomendado a utilização da "pasta bordaleza".

Devo realizar desrama ou poda em todas as plantas de meu plantio?

Depende da idade de seu plantio. O sistema de produção através do "Uso Múltiplo" prevê retirada das plantas problemáticas, selecionando as melhores do plantio. Tais diferenças de qualidade nas plantas, motivadas por fatores genéticos e ambientais normalmente se acentuam a partir do primeiro ano. A fim de reduzir o volume de operações realizados na floresta, o mais indicado é:

-Seis meses: desrama de brotos ladrões e de condução nas plantas que necessitem;
-1 ano e meio: desrama de condução, forma e fuste em todas as plantas;
-2 ano e meio: desrama de forma e fuste nas plantas boas e médias;
-3 ano e meio: desrama de fuste nas plantas boas e médias;

Existem diferenças na condução da desrama ou poda?

Sim. A desrama ou poda deve ocorrer com diferentes intensidades para diferentes finalidades, sendo necessário observar o tamanho da copa da planta, o número de galhos, o tamanho dos galhos, sua posição e sua distribuição na planta. Basicamente a desrama ou poda possui as seguintes variações para suas diferentes finalidades:

-Desrama de condução: remover galhos inteiros ou reduzir o desenvolvimento de galhos pequenos e finos que entrarão ou já estão em competição com o broto principal ou guia. É uma desrama leve, envolvendo a retirada de poucos galhos ou apenas do ponteiro do galho competidor. É mais intensa no primeiro ano, sendo também necessária no segundo ano da floresta.

-Desrama de forma: remover galhos inteiros ou reduzir o desenvolvimento de galhos médio e grandes, que entrem em competição com o broto principal (guia) causando bifurcações ou que devido a sua distribuição ao redor do tronco causem o entortamento da árvore por seu grande peso. É uma desrama de maior intensidade, envolvendo a retirada de galhos maiores ou parte deles. Ocorre no segundo e terceiro ano da condução.

-Desrama de fuste (tronco): remover pequenas brotações anuais que apareçam ao longo do fuste onde a desrama já ocorreu e/ou remover galhos grandes dentro do fuste comercial (tronco). É uma desrama de intensidade variável. Ocorre a partir do segundo ano.

Eu devo remover todos os galhos existentes na planta em que vou realizar a desrama ou poda?

Não. É fundamental remover da planta o "MÍNIMO" de galhos possíveis, principalmente nos dois primeiros anos da floresta. Os galhos são essenciais para o desenvolvimento da planta. Seu crescimento em altura e diâmetro, o vigor e a capacidade de absorver e utilizar as adubações realizadas dependem diretamente da presença de galhos. Só devem ser retirados galhos que estejam em competição com o broto principal, causando grandes bifurcações ou tortuosidades no fuste ou que estejam afetando a qualidade da madeira através da formação de nós.

Quanto eu devo podar na copa de uma árvore de Cedro Australiano?

A desrama ou poda de uma árvore só deve ser realizada se necessário. A faixa de intensidade de desrama ou poda em uma árvore deve variar de ZERO a 1/3 do volume da copa.

Qual é o máximo de galhos que eu posso remover da copa de uma planta de Cedro Australiano?

Depende do tamanho da copa. O volume máximo de galhos que podem ser retirados de uma árvore de cedro australiano devem representar 1/3 de sua copa, o que nem sempre é fácil de visualizar. Isto significa que para cada três galhos de tamanho semelhante pode-se remover um. Deve-se dar preferência para remover galhos que estejam causando problemas na formação do fuste (caule) da planta.

terça-feira, 23 de junho de 2009

O estudo da madeira do Cedro Australiano


O estudo da madeira do Cedro Australiano é fundamental para determinar seus possíveis usos, como a madeira será trabalhada nas serrarias e marcenarias, além da determinação do valor de mercado desta. O estudo das propriedades tecnológicas da madeira do cedro australiano também é fundamental em seu melhoramento genético, pois as características da madeira variam de indivíduo para indivíduo dentro de um plantio, permitindo selecionar dentro do programa de melhoramento quais indivíduos são mais adequados para a seleção de materiais genéticos superiores.

No ano de 2009, três projetos importantes contemplam o estudo da madeira do Cedro Australiano. Estes estudos visam produzir o conhecimento necessário para suprir a carência imediata de informações fundamentais e funcionar com uma base para que novos estudos sejam realizados.

Caminhão carregado com toras de Cedro Australiano (foto por José Reinaldo Moreira da Silva)

Para a realização destes estudos, foram adquiridas no Espirito Santo no município de Venda Nova do Imigrante, 16 árvores de Cedro Australiano com a idade de 18 anos. Na ocasião do plantio destas árvores não foi realizada qualquer adubação, sendo plantadas sem alinhamento regular. Também não foi realizado qualquer manejo de poda ou desbate de árvores no plantio. A justificativa para estas condições é o fato de não existir conhecimento necessário na época para produção de madeira para serraria. O processamento e estudo desta madeira, representa o primeiro esforço no Brasil de caracterizá-la, sob a ótica científica, tecnológica e econômica. Vale a pena ressaltar que os resultados obtidos funcionarão como um piso do que pode ser alcançado, com nutrição, técnicas de plantio, manejo florestal adequados e a perpectiva dos ganhos de características desejáveis como a densidade, volume e resistência à pragas e doenças obtidos com o melhoramento genético.

Desdobro de uma tora de Cedro Australiano em serra de fita. (foto por Eduardo Stehling)

A partir da próxima semana, resumos destes projetos com as ações realizadas até o momento serão disponibilizados no blog. Os resultados ainda levarão algum tempo, pois os projetos ainda se encontram em fase de execução.